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Dia peculiar

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Durante a madrugada, despertava a cada 5 minutos, voltava a dormir pouco tempo depois, sonhava algo esquisito, acordava de novo. Cigarras. Campainha tocando insistentemente. Dificuldade para acordar de fato. Primeira aula do dia, interminável. Segunda aula do dia, acabou a energia. Tontura, enjôo. Ligação agradável. Convite tentador. Mudanças de planos. Bob Dylan. “Raising Arizona”, dos irmãos Coen. Nicolas Cage fazendo um bom personagem. Tempestade de raios no início da tarde. Quebra-cabeça. Vontade de dormir até essa náusea passar. Vontade de escrever até os dedos doerem. Vontade de ler até os olhos ficarem vermelhos. Vontade de fotografar até o sol sumir. Vontade de fazer e ver filmes.Vontade de viajar até o mundo acabar.

Sei lá, dia peculiar.

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Now playing: Bob Dylan – [Blonde On Blonde] Rainy Day Women #12 & 35
via FoxyTunes

A tempestade

Bom, como a tempestade está enfraquecendo, vou voltar a falar de filmes e de outras coisas além desse meu coração vagabundo.

Nos últimos dias eu vi “Amantes”, “Bastardos Inglórios” e “C.R.A.Z.Y”. Além de “Quem tem medo de Virginia Woolf?”, “Quanto mais quente melhor”, “Rebecca”, “O pecado mora ao lado”, “Pacto de Sangue”, “A Malvada” e “Velvet Goldmine”. E agora verei “Tempestade de Gelo”. Depois eu faço um apanhado dessa volta aos filmes.

Chuva

Eu não estava acostumada ao medo de chuva. Venerava tempestades. Alguns dias olhava pela janela, mas, em outros, eu aproveitava pra me molhar inteira. Minha mãe sempre brigava comigo, dizia que eu iria pegar um resfriado. E eu saía correndo em disparada para longe dos gritos dela. Aquele momento era só meu e da chuva. Resfriado passa com o tempo, mas aquela chuva não iria mais se repetir e eu não tinha medo dos raios, de ficar encharcada, da gripe, das ameaças da minha mãe, de nada.

Algumas pessoas que eu conheci naqueles tempos, tinha medo e eu desafiava a todos. Hoje em dia, não costumo sair tanto de casa pra ver a chuva de perto, olho mais pela janela do carro, pela janela do quarto, pela tela, pela janela, mas ainda vou pro meio dela. E continuo conhecendo gente que morre de medo de tempestades. São casos patológicos. Não consigo entendê-los, assim como eles não respeitam minha mania de me jogar no meio do temporal.

Acho que no meio disso tudo, uma hora eu encontro um companheiro, alguém que não tem medo de se molhar, que olhe para os raios do mesmo jeito que eu, que ache que o resfriado, a gripe, a pneumonia são meros detalhes, coisas que fazem parte do enfrentamento. Uma hora eu acho… uma hora, duas horas, qualquer hora…